quinta-feira, 3 de julho de 2008

Lágrimas D. U.

Num jogo alucinante, em que o Fluminense foi absolutamente heróico e ficou a apenas um gol de conquistar o maior título da sua história, toda explicação que se tenta dar para o insucesso esbarra nisto: o futebol não tem lógica.

Por mais que os cientistas do futebol tentem traduzir em teses e sistemas os motivos que levaram à tragédia, mesmo que se esmerem em conferir um aspecto de causa e consequência a fatos imponderáveis, nunca conseguirão decifrar por quê um time que precisava fazer quatro gols, fez três em 55 minutos, teve outros 65 para marcar um golzinho que fosse e não conseguiu. Ou por quê três dos jogadores mais decisivos da equipe erraram na cobrança de pênaltis.

Explicações como: o time perdeu por causa do oba-oba do treinador; o esquema tático não foi o adequado; o juiz amarrou o jogo; o Fluminense não deveria ter poupado seus jogadores no Brasileirão etc. - tudo isso é simples demais, e insuficiente.

Quando a ciência não basta, apelamos para outra forma de conhecimento, a poesia. Por isso, peço emprestado o verso de meu compadre Lançarote do Lago, que traduz à perfeição o que aconteceu no jogo de ontem. Diz ele:

"O Maracanã também foi feito para chorar."

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