sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ainda assim, paira a dúvida

Pode parecer que a goleada do Grêmio em cima do Figueirense ontem à noite e a consequente tomada da liderança são razões suficientes para calar aqueles que teimam em não acreditar no time gaúcho. Mas a mim o 7 a 1 não convenceu. O Grêmio é a lebre na corrida de cachorros. Puxa o ritmo para ser ultrapassada antes do fim.

A crítica já chegou mais ou menos a um consenso de que uma característica fundamental desse campeonato de pontos corridos são as oscilações que os times inexoravelmente apresentam ao longo da campanha. Os momentos de baixa, comuns aos 20 times, tendem a ser mais profundos e a durar mais quanto mais fraco for o elenco. É o problema do Grêmio. Assim que a maré ruim vier - e ela há de vir - deixará cicatrizes indeléveis.

(A palavra indelével aprendi na quarta-feira e não podia esperar mais para botar em prática)

O campeonato esquenta. Essa última rodada teve média de público de 19.500 pagantes, patamar quase da série A italiana. O torcedor, além de estar empolgado com a disputa, percebeu que, com a atual fraqueza técnica dos elencos, se não encher as arquibancadas o time não vai para frente. E fica provado também que aqui no Brasil a paixão pelos clubes é de um tamanho tal que não importa quem veste as camisas das agremiações, se é um craque, se é um perna-de-pau, o que conta é que o time do coração vai estar em campo.

Como diz meu pai, cujas habilidades de filósofo deixo a cargo do leitor avaliar: "Chegará o dia em que pagaremos ingresso para ver a camisa do Flamengo entrar em campo." Notem que ele se refere apenas à camisa, sem jogador algum para recheá-la. Dá-lhe, papai.

Atualizado às 17:31: Fui avisado de que a lebre na corrida de cachorros nunca é alcançada. Aliás essa é justamente a finalidade dela, manter os bichos em desabalada perseguição durante o trajeto inteiro, sem jamais deixar a correria cessar. Fato que estraga minha metáfora e dinamita por completo qualquer eventual interesse que eu poderia alimentar por essa modalidade esportiva.

Um comentário:

Rakal D'Addio disse...

Também tenho um pé atrás com esse Grêmio. Quer dizer, não com o Grêmio em si, mas com o Celso Roth, que tem na carreira pelo menos duas campanhas marcadas (Palmeiras e Vasco) por um começo forte seguido de queda.

Abraços