quarta-feira, 30 de julho de 2008

Todas as fichas na Olimpíada

Fiquei em vias de me emocionar com a chegada da seleção brasileira em Hanói. Saber que um símbolo aqui da nossa terra viaja para um país tão distante, geograficamente e culturalmente, e ainda é recebido com absoluta devoção, fanatismo mesmo, mexe com meu patriotismo de ocasião. Isso mostra que, escorregões à parte, a seleção brasileira ainda preserva sua aura como o futebol mais fantasista do planeta. Fama conquistada graças principalmente à geração do Pelé e aos dois recentes títulos mundiais que, vencidos em menos de uma década, fizeram parecer que o Brasil é um rolo compressor.

Até quando essa reputação sobrevive ao Dunga? Mesmo não acreditando no treinador, a quem considero despreparado e instável emocionalmente, acho que talvez as Olimpíadas sirvam para que o trabalho dele comece a ganhar ares mais promissores. Explico o por quê: por obra do acaso ou por competência, o Dunga conseguiu reunir um bom plantel para os Jogos, especialmente para posições nas quais o time principal é carente, como as laterais e o meio-campo de contenção. Lucas, Hernanes e Anderson, se derem certo - e precisam dar - preenchem várias lacunas ao mesmo tempo. Melhoram a saída de bola, dão criatividade à intermediária, fortalecem o apoio ao ataque - sem enfraquecer a marcação - e conseqüentemente, conferem maior consistência ao time. Além disso, já que o Dunga entende que não é possível escalar o time com menos de três volantes, que pelo menos os três sejam esses, e não Josué, Gilberto Silva e Mineiro. Nisso tudo eu concordo com o companheiro Sousa Rocha(www.nacovadosdragoes.blogspot.com).

É claro que ainda não há base para prever, mas pressinto que o time da Olimpíada vai dar certo. E aí já projeto minha escalação ideal para o time principal: Júlio César, Rafinha, Lúcio, Juan e Marcelo; Lucas, Hernanes, Anderson e Kaká; Ronaldinho e Pato. O Kaká como homem de ligação entre o meio-campo e o ataque, exatamente como ele faz no Milan. O Gaúcho mais adiantado, mas sem posição fixa, porque um talento como ele não pode ficar limitado a uma faixa do campo. Robinho vai para o banco mesmo e junto com o Diego fica como arma para o segundo tempo.

Eu, que iria torcer contra o Brasil nas Olimpíadas, que era para ver se o Dunga caía de vez, agora desejo o sucesso do time. Tem muita coisa em jogo. Além da consolidação do promissor meio-campo, a volta por cima do Ronaldinho Gaúcho e o aceno com um esquema tático não tão covarde são outros ganhos que viriam na carona da medalha de ouro. Caso o Brasil fracasse, esses jovens jogadores podem ficar queimados e a comissão técnica deve continuar insistindo em jogadores ultrapassados e posturas defensivas demais. A Olimpíada, que até então estava com pinta de torneio insosso, fica bastante atrativa.

Um comentário:

Guilherme Sousa Rocha disse...

Exatamente, não tinha me dado conta.

A Olímpiada virou a grande esperança...