quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O leão e a raposa

Poderia ser mais uma do La Fontaine, mas não é fábula, é futebol. Cruzeiro e Sport fazem daqui a pouco o jogo mais esperado do meio de semana. É o encontro da raposa e do leão. O resultado da partida influencia diretamente a parte de cima da tabela. Se os mineiros perderem pontos em casa, começarão a ver suas pretensões de título e até mesmo de chegar à Libertadores seriamente ameaçadas. O pessoal que vem atrás na tabela não perdoa escorregões.

Tem muita gente dizendo que o Sport é, dos times de menor tradição, aquele que mais incomoda os grandes, mesmo quando joga fora de casa. Eu acho que esse é só mais um daqueles mitos do futebol que de tanto serem repetidos acabam aceitos como verdades absolutas. O que eu tenho visto do Sport é um time regular, nem bom, nem ruim. Plenamente condizente com o 11º lugar que ele ocupa na tabela. Só porque cansou de humilhar o Palmeiras nesta temporada não significa que tenha por hábito "beliscar os favoritos". Contra o Flamengo, por sinal, a postura do Sport foi de time pequeno e covarde, que ficou o jogo inteiro com os dez jogadores na defesa, apostando num gol de bola parada que aparecesse. Até conseguiu marcar num escanteio. Mas no final foi punido por atuar tão recuado, chamando o adversário para cima.

Por isso o Cruzeiro, mesmo alternando seus bons e maus momentos, e ainda por cima desfalcado do Wágner - um dos melhores meias do campeonato - é favorito para sair vitorioso do jogo de daqui a pouco.

O que não significa que eu não esteja torcendo desesperadamente pelo rubro-negro de Recife. O legal desse campeonato de pontos corridos é que além dos jogos do seu time, os dos concorrentes também ficam bastante interessantes, porque te envolvem indiretamente. Já que falei de fábula, não seria nada mal se a história de hoje tivesse o seguinte desfecho: a raposa, confiante de que sua esperteza e agilidade bastavam para sobrepujar o leão, tão lento e desengonçado, não percebeu que enquanto perdia tempo já contando a vitória como certa, seu inimigo ia laboriosamente preparando o golpe derradeiro. Quando deu por si, a pobre raposa já não tinha mais possibilidade de escapatória.

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