quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A realidade mostra as fuças

Semana interessante em que algumas verdades começaram a vir à tona, cristalinas.

Primeiro o caso Zico. Depois de ser cogitado para o Chelsea, Manchester City e Newcastle, foi parar mesmo num time lá do Uzbequistão. Só aqui no Brasil para as pessoas acharem que ele já estava pronto para dirigir até a seleção. Aliás, o Zico é um desses sujeitos que vai gozar da eterna boa vontade da imprensa. Eu me lembro que, na copa de 2006, falavam que o Japão, dirigido por ele, iria dar um trabalho danado aos adversários. Terminou a fase de classificação em último colocado no grupo do Brasil. Depois, no Fenerbahçe da Turquia, o pessoal daqui aclamou Zico novamente como uma estrela da nova geração de treinadores. Principais feitos na temporada passada: caiu nas quartas da Champion´s League e ficou em segundo lugar no campeonato turco, competição que o time ganha ano sim, ano também. Tanto não deixou boa impressão para os lados de Istambul que os dirigentes do Fenerbahçe nem quiseram renovar seu contrato. O Uzbequistão é do tamanho exato do Zico treinador.

Agora, outro absurdo que se desfaz. Ousaram afirmar que o Pato não jogava bola. Só de ouvir tamanho despautério eu me contorcia. Ele é o melhor centroavante que apareceu no Brasil depois do Ronaldo. Muito melhor que o Adriano e pouco à frente do Luís Fabiano. Nas olimpíadas foi muito criticado, ficou a impressão de que toda a expectativa em torno dele tinha sido exagerada. Mas é claro que numa equipe armada por Dunga o centroavante vai naturalmente sair prejudicado. A bola não chega, o time não cria. Quem já viu um jogo do Pato, em que ele teve oportunidade de pegar na bola, sabe que o entusiasmo com relação ao seu futuro é justificável. Domina bem todos os fundamentos da finalização: cabeceia com precisão, chuta bem com os dois pés, forte ou colocado, além de ser veloz e inteligente. Para chegar a um Romário, faltava ter a mesma genialidade nos dribles curtos. Ainda assim, Pato é o que de melhor temos para os próximos anos no futebol mundial. Nas últimas três partidas do campeonato italiano fez três gols, um em cada, levando o Milan ao encalço dos líderes. Já botou o Shevchenko no banco de reservas. E deixa bem claro que não, não Dunga, o Jô não é melhor que ele.

Um comentário:

Guilherme Sousa Rocha disse...

Inapelável.

Mudei minha opinião sobre o Zico. Convenceste-me.