Os comentaristas de futebol no Brasil não conseguem enxergar nada além do superficial. Aquilo que não saltar aos olhos na forma expressa de números, resultados de partidas e retrospecto das equipes escapa à análise desses profissionais. Por isso teceram tantas análises nas últimas semanas dando conta de que o Grêmio estava quase com a mão na taça e que, no máximo, seria alcançado pelo Palmeiras.
Nossos comentaristas são meros descritores de tabelas. Eles olham a classificação, vêem o Grêmio cinco pontos à frente do segundo colocado e afirmam: vai ser difícil segurar o tricolor gaúcho. Se tivessem prestado atenção aos jogos do Grêmio, perceberiam que, apesar das seguidas vitórias, o time é fraco. Ou pelo menos mais fraco que uns cinco concorrentes diretos ao título. Mas os analistas de futebol acham que a leitura do esporte se limita à perscrutar números.
Na hora de apontar o favorito ao campeonato, eles se esquecem, ou não têm capacidade, de levar em conta algumas outras importantes variáveis: o potencial técnico das equipes, mesmo que esse potencial ainda não tenha se traduzido em resultados; as virtudes e defeitos dos treinadores de cada time; a força ou a apatia da torcida quando se joga em casa; o comprometimento dos jogadores; a tabela que cada time terá pela frente até o final etc.
Por conta de tudo isso posto acima, eu sempre disse que o Grêmio não será o campeão. Não chega nem entre os quatro da Libertadores. Friamente raciocinando, o favorito é o Palmeiras. Mas também, talvez aí minha visão esteja um pouco turvada pelo fanatismo de torcedor, não descarto o hexa do Flamengo.
Caso eu fizesse essas previsões na TV, certamente iriam considerá-las sandices. "Olha a classificação!" "São sete pontos de diferença!" Talvez seja intransigência minha. Mas desconfio que, no futebol, a verdade transcende a lógica matemática.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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