segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O triunfo dos pontos corridos

Depois de uma semana chatíssima, em que o cardápio futebolístico foi praticamente reduzido aos jogos da seleção, finalmente o campeonato brasileiro voltou aos trabalhos. E a rodada do fim de semana foi irretocável, tanto em emoção, quanto em qualidade técnica.

Vou comentar os três jogos que vi:

Grêmio e Goiás - o imponderável acontece. Lá em casa todo mundo estava torcendo para a zebra. Eu e meu pai, na qualidade de flamenguistas; meus irmãos, um palmeirense e o outro são-paulino, e meu tio, cruzeirense. A família inteira envolvida na parte de cima da tabela. Mas sabíamos o quanto era difícil o Grêmio tropeçar em casa, ainda mais com o Olímpico apinhado de gente. O jogo começou e dava a impressão de que a goleada era questão de tempo. O time de Celso Roth atropelava. Martelou tanto que veio o gol. No primeiro tempo, fiquei positivamente impressionado com o Rafael Carioca, o tipo do volante que não esperaríamos encontrar em um time gaúcho. Desarma, toca bem a bola, chega como elemento surpresa. E quase não bate.

No segundo tempo, no entanto, o que era festa virou drama. Como explicar essas reviravoltas que o futebol dá? O Goiás, regido por Paulo Baier, fez inacreditáveis dois gols e colocou de luto um Olímpico preparado apenas para a alegria. Comemoram todos os outros times da tabela.

São Paulo e Flamengo - o provável acontece. O clima era de ufanismo. Milhares de rubro-negros invadiram o Morumbi empolgados com a boa fase do time. Acreditavam que era possível abater o tricolor paulista dentro do seu próprio covil. De certa forma, eu também fui levado pelo otimismo. Ao analisar o futuro do time no campeonato, já contava com os três pontos de ontem. Veio então, fria como o inverno paulista, a realidade. O São Paulo fez por merecer o dois a zero no placar. O que não significa necessariamente que o Flamengo tenha jogado mal. Há esperança para os lados da Gávea. Na vitória do tricolor, destaco Hernanes. Cada lançamento que ele faz torna ainda mais intrigante a permanência do Gilberto Silva no meio-campo da seleção.

Botafogo e Internacional - a sina se repete. Quanto mais perto da glória, quanto mais palpável é sonhar com o título, quanto mais confiante está a torcida, quanto mais afinado está o time, maior a chance do Botafogo colocar tudo a perder. Tem coisas que só acontecem... Agora, a culpa não é só do azar histórico. O Inter também tem parte nisso. A máquina colorada esteve impecavelmente azeitada na partida de ontem. Alex, Nilmar, D´Alessandro e, quem diria, o aplicado Guiñazu.

Foi uma rodada de várias decisões, para quem briga em cima e para quem está embaixo na tabela. E pensar que criticávamos o fim do mata-mata, achando que a emoção no campeonato acabaria na fórmula de pontos corridos. Pelo contrário, só tem aumentado.

Um comentário:

Guilherme Sousa Rocha disse...

Que sensatez, Noronha Matos! Onde está o seu flamenguismo de tempos atrás?