domingo, 7 de setembro de 2008

Queira Deus: de hoje não passa

Houve um tempo em que as pessoas se reuniam na praça pública para assistirem a um criminoso, ou bruxo, ou herege, ou tudo isso ao mesmo tempo, queimar na fogueira. Com o passar dos séculos, a sociedade foi percebendo que programas assim carregavam uma carga de crueldade um pouco exagerada. Atenuaram-se as modalidades de condenação. Mas o espírito do pelourinho, a execração pública, esse continua latente nos cantos mais escuros de cada um.

Hoje à noite acompanharei o jogo da seleção como um romano que ia ao circo ver as feras se alimentarem. Metaforicamente, claro, porque sou avesso ao derramamento de sangue, salvo nos filmes e romances. O Dunga já causou mal demais ao futebol brasileiro. Da mesma forma como um vírus, infinitamente pequeno, é capaz de mater uma pessoa, o Dunga, anão até no nome, está conseguindo derrubar o gigante, que é a seleção. Uma reputação inteira construída graças ao suor e à genialidade de inúmeros craques colocada em risco pela insensatez de um homem que não consegue se livrar de sua mentalidade de volante brucutu. É preciso detê-lo. Que seja hoje à noite.

Por isso, saibam: depois de cada passe errado, de cada gol perdido, de cada lambança da zaga, eu estarei sorrindo. E vibrabrei como um chileno quando Valdivia e seus companheiros saírem de campo envoltos em glória. Vou saborear cada instante dos últimos minutos de Dunga à frente da seleção. Toda humilhação será pouca. Torço até para goleada do Chile.

Estou certo da derrota da seleção. Dunga, mais uma vez, se equivocou na escalação. Não é colocando três atacantes que se faz um time ofensivo. E quem vai levar a bola ao ataque? O meio-campo será formado por Gilberto Silva(!), Josué(!) e Diego. É pouco para fazer a ligação com o setor ofensivo. Somando a isso os péssimos laterias Máicon e Kléber, o Brasil também não conseguirá acertar na saída de bola. Com o meio inexistente, a seleção fica incapaz de trocar passes e ditar o ritmo da partida. Resulta daí que a zaga sofrerá constantes investida do Chile e que o trio de atacantes, Ronaldinho, Luís Fabiano e Robinho não vai ver a cor da bola ao longo dos noventa minutos.

A despedida de Dunga promete ser de gala. Um espetáculo para aqueles que, como eu, há muito já aguardavam por esse dia.

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