quarta-feira, 30 de abril de 2008

Esse trem desgovernado, o amor

Quantos erros cometemos apenas porque amamos demais!

Essas delicadas faltas são perdoadas por Deus, que fez o coração justamente para ser indomável. Infelizmente a sociedade não tem a mesma complacência.

O pelourinho moral, a guilhotina da exclusão, o cadafalso social - é o que espera aquele cujo único erro foi ter dado ouvidos ao amor.

Força, Ronaldo. Enfurnadas que estão em suas rotinas sufocantes, as pessoas acabam nutrindo uma inveja doentia por aquele que conseguiu romper as amarras do tédio. Bem-aventurado quem se entrega à paixão sem pensar duas vezes!

Pergunto: qual foi o pecado do pobre Ronaldo? Ele, que sucessivas vezes foi abandonado pelas mulheres de sua vida. Jovens deslumbrates que o Fenômeno tratou como verdadeiras rainhas, oferecendo a elas mimos e alegrias, mas que dele só queriam o dinheiro e a fama.

Ele, que mesmo tendo prestado serviços inestimáveis para o futebol, tornou-se, nos últimos anos, alvo de críticos maldosos que só pensavam em dilapidar sua carreira, alegando - absurdo dos absurdos - que o craque estava gordo.

E o que falar do destino, implacável, eterno algoz dos joelhos e músculos do camisa nove?

Iludido, ludibriado, difamado e contundido. O que sobra para um homem destes? Amar, certamente. Em doses cavalares, de preferência.

Qualquer criatura que um dia já sentiu o coração bater à vista do ser amado não pode condenar o Ronaldo. Deve antes se compadecer dele. O cupido não deixa escolha às suas vítimas.

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