segunda-feira, 28 de abril de 2008

Obina!

Manuel de Brito Filho. A prova de que todo ser humano só precisa se sentir amado para produzir bons resultados.

Quando chegou ao Flamengo, em 2005, o Obina era um jogador canhestro e, por isso mesmo, a torcida se desesperava toda vez que ele entrava em campo. Não dava um passe certo. Não chutava uma bola no rumo do gol.

E ainda vivia acima do peso. Resultado dos acarajés, segundo ele mesmo confessava.

A esperança dos flamenguistas era de que, um dia, como todo jogador atualmente, Obina acabaria recebendo uma proposta do futebol árabe ou da Coréia e finalmente deixaria a Gávea.

Meses se passaram e o Obina continuava lá. Seu futebol ficava pior a cada dia. A imensa barriga crescia a olhos nus.

O que fazer? - se perguntava a desesperada torcida. O que fazer?

Então alguém teve uma idéia: vamos idolatrar esse sujeito.

Soava insano. Mas que outra alternativa havia?

A essa altura, estávamos no inverno de 2006.

Foi quando, por puro acaso, sorte ou destino, Obina marcou dois gols na final da Copa do Brasil, contra o Vasco, levando o Flamengo ao título. Quem poderia prever?

Um canto começou a ser ouvido nas arquibancadas do Maracanã: "Ô, Obina é melhor que Eto´o/ Obina é melhor que Eto´o/ Obina é melhor que Eto´o, Ô"

Daí em diante, nada mais pôde segurar o artilheiro do acarajé.

Ele aprendeu a jogar futebol, agora dá bons passes, belos dribles, chutes certeiros e cabeçadas indefensáveis? Não. Ele perdeu peso, melhorou o condicionamento, está mais ágil? Não. O que mudou então? É que hoje Obina é um idolatrado.

Eu sou flamenguista. Um gol do meu time me deixa feliz. Um do Obina me dá ânimo para agüentar a semana.

Muitos torcedores de outros times acham que veneramos o Obina apenas por galhofa. A esses invejosos pergunto se não assistiram o jogo de ontem contra o Botafogo. Obina também faz gols. E ele nem precisa disso.

Termino aqui com um apelo a todas as entidades sobrenaturais que regulam o futebol, porque é sabido que elas existem. Quando estiverem com vontade de romper os ligamentos do joelho do Obina, como aconteceu em fevereiro de 2007, por favor, reconsiderem. Rompam os meus, que não sou profissional mas bato umas peladas vez ou outra e tenho joelhos que, diz lá o médico, aprontariam o maior estalo no momento da contusão.

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