terça-feira, 4 de novembro de 2008

Chora o futebol

Algumas verdades sobre os rumos que vem tomando o Campeonato Brasileiro precisam ser ditas. Principalmente para abrir os olhos do torcedor para o terrível cenário que se desenha. Vamos a elas.

O São Paulo não pode ser campeão. Seria a catástrofe completa, o pior dos mundos, o fim do futebol. A própria torcida tricolor, se tem o mínimo de apreço ao esporte, deve torcer para seu time não terminar o torneio na ponta. O São Paulo sepulta tudo aquilo que o futebol brasileiro demorou anos para construir, o improviso, a desorganização, a irreverência, a irresponsabilidade, a malandragem, a peraltice, a ironia. Em suma, a graça.

O pior nisso é que o torcedor reflete exatamente as características do time. E se o São Paulo continuar ganhando títulos todo o ano, lamentavelmente sua torcida tende a aumentar. Cada criança que escolhe ser são-paulina e não corintiana, palmeirense ou flamenguista, contribui um pouco mais para a tristeza do futebol brasileiro.

Um são-paulino a mais no mundo representa um torcedor a menos nos estádios, porque sabemos que eles não são lá muito afeitos a ver o jogo in loco. Representa também o fim dos gritos de guerra nas arquibancadas, porque também é notória a falta de verve poética dos tricolores. Isso sem falar na extinção dos jogadores que falam errado, dos dirigentes canastrões, dos técnicos churrasqueiros, do pagode na concentração, da provocação ao adversário.

Poderíamos ficar o dia inteiro aqui listando os malefícios da ascensão do São Paulo.

Os torcedores tricolores gostam de se vangloriar dizendo que seu time, graças a todos os títulos que vem papando, é o Bayern de Munique do Brasil. Minha opinião não é diferente. O São Paulo me passa exatamente essa imagem: a de um time alemão.

Um comentário:

Guilherme Sousa Rocha disse...

O senhor ainda gostaria de conversar sobre futebol no dia 7 de dezembro?