quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ele dizia a verdade

Houve grande indignação dos jogadores e da comissão técnica do Corinthians por causa da declaração do Carlinhos Bala após o jogo da semana passada, na qual o atacante do Sport afirmava que aquele golzinho marcado pela sua equipe quase aos 45 do segundo tempo garantiria o título da Copa do Brasil para os pernambucanos.

O futebol, como se sabe, é um mundo onde as pessoas não podem emitir suas opiniões senão sob pena de serem acusadas de falta de humildade.

E se o Corinthians saísse campeão da Ilha do Retiro, resultado plausível, o discurso do time já estaria pronto. As provocações do Carlinhos Bala mexeram com os brios dos jogadores e lhes deram forças para buscar a taça.

Mas o campeão acabou sendo o Sport. Conseguiu exatamente o placar de que precisava. Um 2 a o ali, na conta do chá. O gol marcado no Morumbi foi fundamental. Carlinhos Bala, profeta, dizia a verdade.

Carlinhos Bala, aliás, a quem minha verve poética anseia por chamar de Charlie Bullet, foi o personagem da grande final de ontem. Por si só ele já é um protagonista em toda partida que entra, mesmo quando não faz nada. Mas ontem, além de agraciar o gramado com seu estilo ímpar, Bala ainda marcou um gol e provocou a expulsão de dois adversários. Não fez chover porque estragaria a noite de Recife.

Para o Corinthians 2008 acabou. A série B, na qual a equipe vai continuar passeando, arrastar-se-á modorrentamente até o fim. Não restou nada de emocionante que possa agitar a torcida até o término da temporada.

Foi pênalti em Acosta no finalzinho da partida? Foi. Mas era uma altura, dadas todas as circunstâncias que envolviam o jogo, em que o juiz só marcaria falta na área se saísse sangue.

Pesando tudo o que as equipes produziram, o Sport mereceu o título. E o Corinthians, enquanto cata os cacos, aprende a controlar a soberba. Em time de segunda, as expectativas devem ser de segunda.

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