sexta-feira, 23 de maio de 2008

Dos males, o menor

Dentro da sem-gracice que São Paulo e Fluminense representam para o futebol nacional, pelo menos passou para as semifinais da Libertadores o time que é capaz de trazer um mínimo de emoção ao torneio.

Com a bola rolando, acho até que o São Paulo é melhor. E o foi na partida da quarta-feira. Mas está longe de demonstrar um futebol que o credenciasse a ganhar o título. E, além disso, é de um pragmatismo insuportável. Com o Fluminense vivo no torneio, mantêm-se vivas também as probabilidades de partidas dramáticas, momentos inusitados e reações imprevisíveis.

Outro ponto importante: fica garantida ainda a permanência do Maracanã no torneio. Convenhamos, é mais que o Morumbi.

E sabem por que foi legal o Fluminense ganhar na quarta? Porque para o time e para a torcida realmente o que estava sendo disputado ali era o jogo da vida de todos eles. Toda uma história no futebol reduzida aos caprichos de noventa minutos. Por isso o Washington não conseguiu segurar o choro quando fez o gol decisivo. Por isso o Renato Gaúcho precisou assimilar o feito na solidão do meio-campo.

O Adriano não teria derramado uma só lágrima se tivesse feito o gol da classificação do São Paulo. E o Muricy, mesmo classificado, daria a típica entrevista ranzinza ao final da partida. No fundo, no fundo, a vitória representava muito menos para o São Paulo (clube e torcida) do que para o Fluminense. Ganhou quem mais queria.

Mas suspeito que tenha sido o último capítulo da euforia do tricolor carioca na Libertadores. Com o elenco que tem, que já nem é tão bom assim e ainda rende abaixo do esperado, o Fluminense é presa fácil para o Boca.

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