sexta-feira, 14 de março de 2008

Foi desagradável enquanto durou

Depois de longos 3 anos, enfim acabou a supremacia do São Paulo no futebol brasileiro. Era natural que acontecesse, porque as coisas, irrevogavelmente, um dia chegam ao fim. A lamentar, apenas o fato de ter demorado tanto.

E que nunca mais ouçamos "os clubes deveriam aprender um pouco de organização com o São Paulo, esse gigante da gestão responsável, da vanguarda, da seriedade." Oxalá os times bagunçados e atrasadores de salários voltem a ser campeões.

E quem estaria mais apto a ocupar o trono deixado pelo tricolor? Um clube do Rio, paulista, quem sabe um novo e surpreendente São Caetano? Ou será que se aproximam dias de equilíbrio entre as potências?

O que me leva a proclamar assim de chofre as exéquias do São Paulo - talvez precipitadas para muitos - é o jogo deste domingo, contra o Palmeiras. Qualquer que fosse o adversário, talvez o time de Muricy agüentasse mais algumas semanas no Olimpo. Talvez o processo de decadência galopante pudesse ser ao menos suavizado. Mas, contra o Palmeiras, não.

Porque ninguém mais, no atual momento do campeonato paulista, tem a capacidade de aplicar no São Paulo a surra com a qual o Palmeiras certamente nos brindará. E para um time que já começa a duvidar do próprio potencial, cheio de jogadores que, longe de conferir estabilidade, tumultuam o ambiente ao menor sinal de problemas no campo, ser humilhado por um rival significa, sem qualquer atenuante, o fundo do poço - moral e técnico.

Ou eu poderia simplesmente dizer que Adriano apresentou diarréia neste sexta-feira, de acordo com os jornais. E esse único fato, para qualquer um dotado de senso poético, é instrumental - não confundam com estrumental - suficientemente substancioso para vaticinar as agruras que esperam o São Paulo nos próximos dias.

Anotem: Muricy cai antes do crepúsculo de inverno. Adriano, ao fim do contrato, volta para a Europa, só que para a parte primo pobre do continente - aposto Galatasaray. Rogério Ceni mostrará o frangueiro que sempre foi e até a imprensa bajuladora reconhecerá as limitações dele.

E a torcida, enfim, vai ter motivos de sobra para fazer o que sempre fez com maestria: comparecer em número ridículo ao Morumbi.

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