domingo, 24 de fevereiro de 2008

Entra em campo a Velha Máxima do futebol

Quando eu era pequeno e ouvia de um comentarista a clássica frase "como diz aquela Velha Máxima do futebol...", achava que ele se referia a uma senhora idosa e venerável, titular do gabinete mais importante da FIFA, responsável em formular não as regras técnicas do futebol, mas sim os imperativos filosóficos que regem o esporte.

Para mim, a Velha Máxima do futebol era uma espécie de rainha Elizabeth.

Mais tarde, descobri que existiam várias velhas máximas do futebol, versando sobre os mais diversos aspectos do jogo, e que elas não eram exatamente respeitáveis senhoras de carne e osso, apenas formulações criadas pelas mentes dos cronistas esportivos.

Com o tempo, concluí também que não precisamos desses cronistas para fazer o intermédio entre nós, o público, e as velhas máximas do futebol. Nós mesmos, com um pouquinho de vivência, ficamos aptos a saber exatamente o que elas vão dizer. Por exemplo, para o jogo de hoje entre o Flamengo e o Botafogo, sei que tem uma velha máxima do futebol que está bradando, para quem quiser ouvir: "Em clássico não há favorito! Em clássico não há favorito!"

Desculpe, velha máxima do futebol, mas terei que discordar. O Flamengo tem pelo menos três vantagens sobre o rival deste domingo: entra em campo com o mesmo time da boa campanha do ano passado, enquanto o Botafogo, que perdeu vários atletas importantes de 2007, ainda tem desfalques hoje por causa de contusão; o Flamengo também tem mais opções - e de qualidade - no banco, como Jônatas, Tardelli e Klebérson, além de contar, certamente, com a maioria na arquibancada.

Tudo isso conspira para uma vitória rubro-negra.

Mas, é claro, se o Botafogo faz um gol logo início, se fecha atrás e fica jogando no contra-ataque a partida inteira, a história pode ser diferente. Afinal, futebol é uma caixinha de surpresas, como diria aquela velha - talvez a mais anciã de todas - máxima do futebol.

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