quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dunga, mais uma vez, faz lambança

A nova convocação da seleção brasileira tem a mesma característica básica de todas as outras feitas na Era Dunga. É capenga. O treinador gosta de dizer que pauta o trabalho pela coerência, razão pela qual não faz mudanças radicais no time. A coerência de Dunga é insistir nos erros. A esse tipo de atitude os dicionários dão outro nome, menos nobre.

A principal falha é a lista de convocados para o meio-campo: Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano, Josué, Júlio Batista, Kaká, Ramires e Anderson. Quem deles se notabiliza por armar o jogo? Onde está a criatividade, o drible, a inteligência? Fora o Kaká, os outros sete são jogadores rigorosamente comuns. Gilberto Silva e Josué, aliás, são menos que isso, são abaixo da média. Esse não é um meio-campo para a seleção brasileira. Se me disserem que não temos nada melhor para pôr no lugar, então a crise em nosso futebol é seríssima e talvez seja a hora de decretar falência técnica.

A ausência do Diego é imperdoável e a do Hernanes também. Dunga parece ter aversão à técnica e ao requinte. É próprio dos brucutus temer a habilidade. Ela pode ameaçar o modelo mecanizado e pragmático que o técnico impõe à seleção.

Com esses convocados de meia-tigela Dunga parte para enfrentar a sequência de jogos mais difícil que já teve à frente do time. Pelas eliminatórias, Paraguai dentro de casa e Uruguai em Montevidéu. Em seguida, a Copa das Confederações na África do Sul. Vai ser talvez a última chance dele balançar no cargo. Se o Dunga sair ileso do mês de junho, será inevitável: vai para a Copa do ano que vem, com toda a sua coerência.

Um comentário:

Guilherme Sousa Rocha disse...

Assino embaixo.

Obina no Palmeiras... A maior habilidade do Flamengo é desfazer erros. Vide o caso Souza.